sábado, 7 de maio de 2011

Benquerença

A pedidos, posto aqui o texto que escrevi e li no casamento da minha irmã... Dessa vez, as lágrimas são virtuais... ;)

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Quem trabalha com as letras sempre é o primeiro a ser apontado nessas situações, mas como eu poderia negar algumas palavras para minha querida irmã, a quem eu tanto amo, em um dia tão especial?

Embora seja eu a caçula da família, quem sempre teve o que aprender e raramente o que ensinar na vida, lembro de um dia em que Jennifer e eu, já distantes pelos quilômetros que levam de Belém até São Paulo, conversávamos pela Internet. Ela me dizia - machucada, desiludida - não acreditava mais no amor.

Eu, metida a jornalista intelectual e poeta do mal do século, por muitos anos vivi e pensei exatamente a mesma: "ah, o amor é um sentimento previamente fabricado pela indústria do consumo!". "Essa coisa de príncipe encantado num cavalo branco não existe!".

Maaasss, a vida vai passando, a gente vai crescendo, tendo novas experiências, conhecendo novas pessoas... que, de repente, me vi discordando da minha irmã mais velha, e, naquele dia, disse a ela: o amor é combustível, o amor é que nos faz querer viver, seguir em frente, faz o mundo ter sentido.

Na esperança de convencê-la, citei Saramago, para quem, na vida, é preciso amar e, amar sem medidas, "se não a existência torna-se rapidamente previsível, monótona, uma seca...". Porque o amor é o colorido das coisas, é o chão que nos sustenta, ou a falta dele, que nos faz flutuar.

Citei Camões e as clássicas palavras que passam de geração em geração para mostrar que "O amor é um não querer, mas que bem querer".

E por mais que um dia já tenhamos um dia sofrido por amor ou pela ausência dele jamais poderíamos deixar de acreditar nesse sentimento, porque, como disse, certa vez, Guimarães Rosa, na simplicidade de um de seus personagens mais complexos: "“Só se pode viver perto do outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tiver amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso da loucura”.

E o amor cujo nascimento celebramos aqui hoje (30.04.2011) não é qualquer amor, é um amor verdadeiro, de calor e aconchego, um amor que pode gerar uma família, um lar. Um amor de marido e mulher, Flávio e Jennifer, a quem desejo todo o amor e toda a felicidade do mundo!

Que Deus abençoe o amor de vocês!!!